sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Os valores da nossa sociedade.
Respondendo a um email e desafio sobre o tema:
A velha tradição do jantar em família, ou o almoço de domingo, a "roupa de ir á missa" ou simplesmente a lição do patriarca como elemento de união e manutenção dos laços e valores de família, tem sido literalmente posta em causa. Já sabemos, pela "modernidade" ou "novos valores que se levantam", sendo estes a sociedade egoísta, oportunista, materialista, consumista, mas acima de tudo apática pois não consciente do que esta alteração significa e tem por consequência nos comportamentos e identidades de uma nação e de um povo.Os divórcios, as relações homossexuais agora com direito a uma procriação fictícia como se natural se tratasse, a influencia dos meios de comunicação e a ligeireza com que estes apresentam as matérias e temas ou mesmo subvertem a leitura do ouvinte, do leitor, o facilitismo e a naturalidade com que vemos serem apresentadas questões que de nada tem de naturais, porque contrarias á lógica da nossa cultura e da essência da vida em comunhão e sociedade, são o resultado acima de tudo desta passividade com que os iluminados geram as suas acções, amortecidos pela vaidade e imagem dos cargos que ocupam e a incerteza de poder manter esse estatuto na defesa desses valores e consequentemente, a responsabilidade que estes tem em admitir e permitir este decrescer e banalizar do que deveria ser o mote, a bandeira de uma cultura, de uma sociedade.
Sem querer defender ou conotar politicamente a expressão, “Deus Pátria e Família”, seria, numa leitura muito pessoal a minha proposta para esta crise humana. Actualizando Deus num conceito mais alargado no sentido de estabelecimento de valores, regras, condutas e comportamentos onde o respeito pelo indivíduo e pelo outro, pela diferença e pela solidariedade, ganha de novo o sentido. Pátria num sentido mais global dado que as distâncias agora são interplanetários, mas sem esquecer que no fundo somos sempre bairristas, regionalistas, patrióticos e europeus, pois quando se trata do nosso jardim, das nossas cidades, do nosso clube de futebol, ou da nossa identidade como latinos, os sentimentos mais profundos “vem ao de cima” e exaltam essas diferenças. A maturidade e o estatuto social e cultural obriga-nos a este respeito e convivência sadia mas no fundo primário e animal nunca deixamos de ver a nossa identidade com grupo, como clã, como estrutura mais ou menos definida e abrangente de universos.
Por fim a família. Hoje mais reduzida, mais definida ou indefinida, pois o cruzamento de identidade e educações, levam a ser mais difícil a manutenção de proximidade e até dependência familiar. Se atendermos á família como valores transmitidos, de pais para filhos, de regras e condutas, de educação e de respeito, urge que essa volte a ter um papel preponderante e activo na nossa identidade.
Seja a família em si ou inclua-se aqui a responsabilidade da família da escola, dos grupos, mais ou menos elitistas, mas sempre com objectivo de que em grupo, em família, nos possamos relacionar e com essa convivência aceita a diferença, respeitar os direitos e acima de tudo, expressar de uma forma quase privada, subtil e pessoal mas com o maior eco possível nessa tal identidade que procuramos porque tem uma consequência directa nos actos e comportamentos das pessoas com que nos relacionamos e em cadeia, com toda a civilização alargada.Assim concluo, sejamos a família da escola, da classe profissional, do trabalho, e sempre, em família, exalar os tais valores que aos olhos de muitos se perderam mas na certeza porem que afinal os outros… ainda somos muitos!!

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