domingo, 29 de abril de 2012

Incendio no estado das Antas

Um pequeno mas cósmico comentário

A ser verdade que o Cristo desceu á terra e contratam um tal de AlJesus (note-se a letra pequena e o “al”, para quem não sabe significa marroquino!!) para treinar um clube português, afinal símbolo de nacionalidade – “poto cale”, declaro aberta a guerra e rasgarei qualquer referência a este clube e seu dirigente. Renego a minha nacionalidade e já não defendo a fronteira portuguesa no Mondego mas sim no rio ave. Passo imediatamente a ser do Braga ou Guimarães. Ainda não defini.

Aos meus alunos, não quero nem um comentário!!! A capital está em chamas e eu serei o primeiro a defender a sua rendição incondicional aos mouros e entrega de todo o património aí constante e nas imediações. Um fervoroso patriota nom

Caiu um meteorito na sé do Porto

Três formas de encarar o património

Património é um tema não só que suscita alguma curiosidade na actualidade por vários motivos, como torna-se inevitavelmente um tema urgente e emergente face á falta de investimento em novo… património…!!

Então vejamos algumas reflexões:

A noção de património, importa definir ou pelo menos tentar de alguma forma balizar.

As minhas sapatilhas são meu património e legado! Podem valer o que valem em saldo ou, caso mate um presidente qualquer, ou desfile numa grande passagem de modelos, automaticamente valer em leilão, num qualquer shopping comercial um pequena fortuna.

Pode valer porque tem umas solas excelentes que resistiram a maus tratos, uma pele fabulástica, que esteticamente ou pela sua resistência ao tempo manteve a sua integridade, ou porque o seu todo representa um ícone qualquer de um tempo onde o proprietário ou usufrutuário foi alguém que por lá passou e se tornou importante. Ainda, porque de tanta publicidade lhe fiz, se tornou por isso e só por isso uma peça de referência.

Assim acontece ao património!

Primeiro há que definir o que é, o que representa, até onde vai a sua classificação em determinados parâmetros, a sua condição física actual, os interesses em reverter em qualquer coisa que dará dinheiro a alguém ou simplesmente dada a incapacidade e falta de conhecimentos dos nosso ilustres governantes, achar que estes tem valor museológico que justifica a sua não manutenção pois esta, seja ela qual for vai alterar o seu valor estético de ruína…

Como umas sapatilhas, foi fabricado, foi pensado, decompõe-se em partes que vai da sola ao aspecto mais empírico e difícil de quantificar e definir como o seu valor plástico ou estético.

A verdade é que ou se torna um “ícone” ou um “mono” passível e sem interesse porque… sim e simplesmente alguém assim o definiu.

Património significa propriedade de alguém ou alargando esta expressão pode ser entendido como tal, pelo seu valor como antiguidade, particularidade ou outra qualquer classificação. Alargando ainda mais pode não ser nada mas sim uma ideia ou algo indefinido como “património cultural” fazendo parte de um todo qualquer ou uma identidade de conjunto que não pelo seu valor singular mas colectivo ganha força e expressão.

Bom. Então património num sentido mais objectivo e pragmático numa qualquer igreja ou edifício, pode de repente suscitar-se esta questão: o que fazer com ele?.


1- O carácter e leitura de ruína, de velho, de gasto, de símbolo de um tempo ou um acontecimento e por isso num acto de cobardia ou premeditada e consciente razão se deixa ruir mais, degradar mais e manter a ideia de que, não se toca para não estragar. Assim resultam espaços muito belos por que contam um a história que só um erudito sabe ler ao fim de algumas décadas e ilustrar com umas fotografias velhas!

2- Como é património, chamemos-lhe á razão e convoquemos uma data de arquitectos (acabados de formar e como sangue na guelra, mais criativo que os velhinhos), historiadores, pensadores e pseudo- intelectuais, para meditar, reflectir, programar definir, projectar e num acto de profundo respeito, salvaguardar a integridade do mesmo. Resultado - mais uma década de inacção até porque não há dinheiro que se gastou todo no parque escolar para subir os resultados da estatística, ou porque então mudou o poder decisório e … tudo continua na mesma!!

3- Ou então... numa atrevida e perigosa postura, antever a sua total ruína e destruição e repensar o seu valor, a sua utilidade e refazendo, reabilitando, restaurando, revitalizado, actualizando, atribuir uma qualquer função e uso que por si faça jus á sua existência. Uma igreja românica não pode a meu ver servir apenas para rezar missa. Primeiro porque já não vai lá tanta gente. Segundo porque quem vai nem sabe porque lá vai e prefere uma qualquer alternativa mais confortável, com mais luz, mais bonita porque moderna e com a possibilidade de entrar e sair mais rápido sem ser visto mas vendo e fazer-se visto nos adros e jardins apensos.

Seja pois interessante repensar e falar sobre este tema tão querido pois como não vamos construir mais, podíamos todos juntos, antes de fazer asneiras, passar algum tempo a falar e definir o que vamos fazer com o tal património nas próximas décadas, mas rápido acudir o doente antes que morra. Naõ embalsamar, mas não cremar!!. A primeira fica a preencher apenas um lugar que ao fim de alguns dias pendurado na parede não serve de facto de nada, cremar porque apaga da fraca memoria que já temos o nosso passado e afinal, a nossa própria identidade. Podemos sempre ir tirar um curso por faz a paris e ler uns livros saudosos sobre os descobrimentos apregoando o nosso valor num computador Magalhães mas viver ás custas do mal que fizemos a essa dita “nossa cultura e identidade”

Ao me querido aluno espero ter respondido e assim com esta voltar á escrita perdida e que ninguém lê já que de facto o trabalho escassa.

Na próxima e em breve, não escreverei este desabafo mas um qualquer texto mais construtivo e pedagógico ou cientifico.

O titulo, para quem me conhece… é só para tentar que alguém leia pelo menos o primeiro paragrafo desta enfadonha reflexão.

E é aqui numa reflexão de domingo menos erudita que coloco três possibilidades: