sábado, 6 de setembro de 2008

O tempo (ou a falta dele)
Debatemo-nos hoje com o maior problema da humanidade. O tempo!
Aquilo que outrora foi uma sequência de acontecimentos ligados entre si, opondo-se ou apoiando-se em ideias, em princípios, que não obstante a sua essência eram devidamente amadurecidos, pensados, às vezes até perversamente premeditados.
Mas a verdade é que um tempo de guerra fria ou os prelúdios de uma revolução, eram não mais do que muitos meses, anos, milhões de horas onde o pensamento corria nas veias com a pulsação de um coração saudável.
Hoje tudo é mais rápido. A era dos computadores!
Não é possível sequer compreender a evolução a que estamos sujeitos pois esta já acontece e nós ainda estamos numa fase de assimilação da anterior.
Então, o tempo comanda a vida como é inevitável a sequência lógica do dormir e acordar.
Hoje, a rapidez com que tudo se passa, a vontade de querermos abarcar tudo no menor tempo possível impede-nos de poder realmente fazer alguma coisa bem.
Seja em que curso, em que área, em que profissão e a que pretexto, não chegamos sequer a ter uma ideia, ou porque esta entretanto já foi apresentada ou porque não tendo tempo para pensar nela, não sobra o tempo para a por em prática.
Assim é o tempo em que vivemos. Um tempo onde a preguiça se instalou, a apatia e a falta de coragem para combater esta crescente doença da sociedade, escondida, por trás de uma aparente evolução tecnológica.
Falta-nos o tempo para podermos reflectir sobre algo, parar e ter tempo para por em causa o que pensamos, para novamente, agora sim com alguma pouca mas essencial distância, ter de facto uma ideia, um pensamento.
Haja tempo para construir uma sociedade, retornando aos princípios básicos em que qualquer civilização se apoia. Viver em harmonia sob regras que estabeleçam uma convivência pacífica mas verdadeiramente respeitadora dos princípios da humanidade.

Sem comentários: